terça-feira, 26 de maio de 2009

Conto Amazônico na Desglobalização

O poeta, a calcinha e a Globalização das Águas
por José Ribamar Mitoso

Sem ter o que fazer no Domingo, eu e o poeta Marcos Gomes fomos à feira da Panair, próximo ao encontro das águas do Rio Negro com as águas do Rio Solimões. Fui pescar um conto e ele curricar um poema.
Perto dos pescadores, eu observava, enquanto o poeta fotografava.
A feira do peixe, das verduras e das frutas, agora era também dos ratos, baratas e urubus.
Nenhum frigorífigo para conservação e o poeta foi logo me avisando para aguentar o cheiro porque ele correspondia à metade das 90 toneladas pescadas diariamente. Era cinquenta por cento, 45 mil quilos de peixe podre, apodrecido na beira-rio, aguardando os predadores naturais. Peixe pescado por armadores, bem longe de Manaus, bem longe do Rio Negro, porque em sua volta até os lençois freáticos, as águas subterrâneas, estão poluídos.
Machado de Assis e o Realismo Cômico-Fantástico
por Ribamar Mitoso*
Depois que Bakhtin afirmou que em arte não há criação, mas recombinação, os critérios de valoração de uma obra mudaram radicalmente। Longe de ajuizar ou julgar, o que o teórico russo da carnavalização pretendia era "prospectar", era "entender". Isto é: mostrar as fontes e as influências que, batidas no liquidificador do temperamento, da cultura e do ponto de vista, tornavam a obra original. Para este teórico, inclusive, a obra de arte não possui vários sentidos. O que a obra possui são várias leituras cumulativas que, aos poucos, vão revelando seu sentido inteiro.

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