segunda-feira, 19 de outubro de 2009

HÉLIO: SEJA MARGINAL, SEJA HERÓI

O incêndio que destruiu parte do acervo de Hélio Oiticica me atingiu de dois modos.
O primeiro de modo familiar, pois minhã irmã, Maria Oiticica, é esposa do César Oiticica, arquiteto brilhante, irmão do Hélio, curador da obra e generoso hospedeiro do meu filho Thiago, no Rio de Janeiro.
O segundo modo que o incêndio me atingiu foi como dramaturgo e escritor revolucionário. Sou daqueles que acreditm ser a originalidade a única grande atitude de um artista. Hélio revolucionou as artes plásticas conceituais. Renovou a tradição. Criou o conceito estético de tropicalismo: Tropicália: Panis et Circenses. Refez a idéia de concreto, de objetividade artística. Introduziu as estátuas móveis e utilizáveis. Inaugurou as instalações , na linha dos trópicos úmidos. É de tradicional família de estetas, a começar por José Oiticica e sua "linguística anarquista". É melhor parar por aqui.
Quanto a família Oiticica, quero, de Manaus, onde viveu César, seu primo Ivan e onde Hélio passou uma temporada, quero mandar uma mensagem saída do fundo do meu coração: César, cara, você não fracassou não. Quem fracassou foi o Estado brasileiro e a sua brutalidade burguesa, sua ideologia grotesca, sua necessidade de ignorância de obtusidade. Processe o Estado , cara. E o mundo sensível, o mundo da criação, o mundo verdadeiro, estará do seu lado.
Minhas condolências.

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