MICROPROJETOS AMAZÔNIA LEGAL E A POLÍTICA DE COMBATE A EXCLUSÃO CULTURAL

A Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, participou nesta quarta-feira (1º de junho), às 18h, no Palacete Provincial, em Manaus, da cerimônia de apresentação de 88 projetos contemplados pelo edital 2010 Microprojetos Mais Cultura – Amazônia Legal. No evento, que contou ainda com a presença do presidente da Funarte, Antonio Grassi, foram conhecidos os resultados obtidos com o incentivo do edital, que garante uma premiação de um a 35 salários mínimos para cada contemplado.

“Quando se fala em região amazônica, imediatamente nos remetemos à rica biodiversidade e à exuberância de sua natureza, mas pouco ainda se fala da multiplicidade de suas manifestações artísticas e culturais. Porém, esse mundo repleto de beleza e inovação tem muito a contribuir para o Brasil e deve ser mais divulgado mundo afora”, afirmou a ministra na abertura do evento.

De acordo com ela, o Edital, voltado para o incentivo e o financiamento a pequenas produções, incrementa não só a cadeia produtiva local, como colabora para o reconhecimento público das atividades culturais de uma região que, apesar de ocupar mais da metade do território brasileiro, ainda é estranha para as suas metrópoles.

Antes da cerimônia de apresentação dos premiados, que contou com a participação da primeira-dama do Estado, Négime Aziz, do governador (em exercício) José Melo de Oliveira, e do secretário de cultura do Estado, Robério Braga, a ministra Ana de Hollanda assistiu a apresentação de uma roda de ciranda e visitou os museus da Imagem e do Som e Arqueológico. Os dois museus ficam dentro do Palacete Provincial.

A cerimônia foi encerrada com a apresentação de alguns premiados. A cantora e pesquisadora Adana Omágua, que foi selecionada com um projeto de resgate musical dos povos kambeba, foi a primeira a subir ao palco para cantar uma canção de ninar em tupi. Em seguida, foi realizado um desfile com peças do figurino criado por Eliane Teixeira de Assis, do município de Parintins, confecionadas manualmente, que retratam a riqueza da fauna e da flora amazônicas, tendo como premissa a sustentabilidade. Depois, o grupo de teatro, formado por deficientes auditivos, No falar das mãos encenou uma peça que tem como roteiro a lenda do boto cor-de-rosa, seguida da apresentação da cantora Elisa Maia que ganhou no edital a verba para finalizar seu primeio CD solo. A apresentação foi finalizada pelo grupo de dança carimbó Ritmos do Norte, da cidade de Presidente Figueiredo, mais um contemplado pelo edital.

R$ 14 milhões em prêmios

A edição de 2010 do edital destinará cerca de R$ 14 milhões para um total de 903 contemplados. Voltado prioritariamente para jovens entre 17 e 29 anos que residem na região, o concurso contemplou 12 segmentos: artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual, artes integradas, artesanato, cultura afro-brasileira, cultura popular, cultura indígena, design e moda. Os selecionados são do Maranhão (198), Pará (175), Mato Grosso (166), Tocantins (159), Amazonas (91), Rondônia (58), Acre (37), Roraima (29) e Amapá (15).

O objetivo do edital, exclusivamente voltado para a região da Amazônia Legal – território que extrapola os limites da Região Norte, passando também por trechos da Região Nordeste e Centro-Oeste do Brasil –, é promover a diversidade cultural local, por meio do financiamento de projetos de artistas, grupos artísticos e produtores culturais. Desta forma, é possível gerar oportunidades de renda, valorizar a cultura, desenvolver a cidadania e a economia local, e principalmente promover a inclusão numa região que, historicamente, não tinha acesso a financiamentos para pequenas produções.

Uma novidade da edição Amazônia Legal foi a redução da burocracia ao se permitir, por exemplo, a inscrição oral de projetos (inscrições gravadas em meio digital ou fita cassete). Assim, pequenos grupos que não têm experiência anterior na preparação de projetos por escrito tiveram maior facilidade de acesso ao edital e igualdade de participação. Além disso, o Ministério da Cultura e a Funarte promoveram oficinas de capacitação para os produtores que quisessem aperfeiçoar os seus conhecimentos na produção de projetos para editais.

Experiência positiva

Há dois anos, o MinC investiu R$ 13,5 milhões na Região do Semiárido Brasileiro, apoiando 1.189 Microprojetos dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. A avaliação dos resultados dessa experiência mostra o impacto na vida dos jovens: 73% das iniciativas culturais foram desenvolvidas por pessoas entre 17 e 21 anos e 70% contam com a participação de jovens de 22 a 29 anos.

Além do Semiárido e da Amazônia Legal, os Microprojetos serão levados aos Territórios de Paz, por meio de uma parceria entre o MinC e o Ministério da Justiça. Dessa vez, serão contemplados 700 projetos em áreas do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Fonte: Ascom/MinC - 01/06/2011