• LITERATURA COMPARADA E ESTUDOS CULTURAIS

  • Coordenador: Prof. Dr. Ulysses Maciel de Oliveira Neto (UFOPA)
    O papel dos estudos comparativos entre obras, entre literaturas nacionais ou entre culturas na Amazônia desponta como uma possibilidade de se abarcar a multiplicidade de objetos de estudo que se apresentam diante do pesquisador nesta região. O quadro é bastante complexo, se pensarmos somente nas relações entre literaturas nacionais de língua espanhola e de língua portuguesa; nas influências das formas vanguardistas européias sobre a criação literária do realismo fantástico; na contrapartida da influência do realismo fantástico sobre o cinema europeu – cujas maiores expressões são O ano passado em Marienbad (Alain Resnais, 1961) e Blow up (Michelangelo Antonioni, 1966); no isolamento da literatura de língua portuguesa feita na América em relação às suas congêneres de língua hispano-americana. Toda essa diversidade, entretanto, se posta sobre a lente comparativa, encontrará as influências e os traços comuns que já foram percebidos por Ángel Rama e Antônio Cândido e que, segundo estes, apontavam para a possibilidade de uma literatura e uma cultura continentais, apesar do sentimento de irredutível originalidade de cada literatura nacional, nossa herança romântica, abordada, porém, de uma forma fecunda, e não fechada.

  • LITERATURA, HISTÓRIA E CULTURA DA AMAZÔNIA

  • Coordenador: Prof. Msc. Odenildo Queiroz de Souza (UFOPA)O I Congresso Amazônico de Estudos Literários e Culturais – I CAELC tem como tema “Amazônia, Literatura e Cultura”. Em consonância com o objetivo deste evento, qual seja, o de “refletir criticamente sobre os diferentes espaços disciplinares comparativos que abordam o poético e o discurso ficcional, os múltiplos conceitos de cultura, identidade e diferença, memória, nação, hibridismo, interculturalidade, performance, transculturação, tradução cultural, entre outros conceitos e práticas que norteiam o campo dos estudos literários na contemporaneidade”, o eixo temático Literatura, História e Cultura da Amazônia recepcionará os trabalhos que abordem o contexto amazônico e, de modo amplo, o latino-americano, na perspectiva dos estudos culturais, literatura de expressão amazônica, imaginário, história da Amazônia, regionalismo e universalidade literária, metodologia de ensino da literatura.

  • LITERATURA, DIÁSPORA E AFRICANIDADES
    Coordenador: Prof. Msc. Luiz Fernando de França (UFOPA)

  • Poderão se inscrever nesse eixo temático estudantes e pesquisadores que desenvolvam estudos que: 1) tenham como objeto de investigação “literatura e sociedade” nos países africanos de língua portuguesa (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe), ou textos poéticos e narrativos das literaturas afro-brasileira e afro-amazônica; assim como estudos que abordam diálogos temáticos ou estruturais entre as literaturas de língua portuguesa, com ênfase nas relações literárias entre Brasil e África; 2) analisam as relações étnico-raciais na literatura brasileira e em textos/ autores das literaturas infantil e juvenil ou que investiguem a presença de personagens negras e de discursos racistas e/ou antirracistas em textos literários e em livros didáticos; 3) discutam as “africanidades” da cultura brasileira e amazônica, como também o ensino de literatura e cultura africana e afro-brasileira na escola (com o objetivo de promover a implementação das leis 10. 639 e 12. 288); 4) analisam manifestações culturais e literárias de comunidades remanescentes de quilombos, bem como discutam propostas pedagógicas que contribuam no debate em torno da Educação Quilombola.

  • LITERATURA, INTERDISCIPLINARIDADE E ENSINO
    Coordenadora: Profa. Msc. Terezinha de Jesus Dias Pacheco (UFOPA)
    A Literatura, nos dias atuais, deve ser apreciada, lida, estudada e pesquisada a partir da sua relação com os saberes com os quais ela dialoga. Essa perspectiva deve permear toda a atividade de ensino e dar visibilidade a vocação interdisciplinar da literatura. Estudada dessa maneira, a literatura possibilita uma reflexão que relaciona de maneira consistente ficção e realidade.

  • POÉTICAS ORAIS, MEMÓRIA E IDENTIDADE

  • Coordenadores: Prof. Dr. Lauro Roberto do Carmo Figueira (UFOPA)
    Prof. Msc. Zair Henrique Santos (UFOPA)

  • A poranduba amazônica – espécie de relatório do cotidiano entre os nativos brasileiros –, prenhe de registros factuais e imaginários em intersecção, é preservada entre as comunidades de vários modos nas populações setentrionais, conformadas por várias formas de sociabilidade humana. Assim, superstições, lendas, mitos regionais e arquetipais agenciam a construção de uma realidade barroca, complexa, em que colonização, escravização e assimilação se conformam em narrativas e poesias, cantadas ou recitadas, quer no cenário rural ou no cenário urbano. Esse acervo cultural da memória amazônica confere a construção de um ente singular e novo no mundo ocidental. A cristalização cultural amazônica passa da instância oral para a escrita ficcional conforme ilustram escritores brasileiros divulgados nas escolas e nas academias. A poranduba amazônia resiste ao imperativo tecnológico deste tempo. Permanece, sob novos enredos (poemas, narrativas, HQs, cinema), além de novos estudos antropológicos e sociológicos, responsáveis por descrever os contornos do amazônida. Desse modo, vislumbra-se a experiência amazônica em face de outras culturas, com as quais mantém traços semelhantes e dissonantes. O ser histórico amazônida, no contexto atual, sobremaneira o urbano, recebe informações novas que o integram na modernidade, embora, também, ainda desenvolva, mesmo que tenuamente, o aprendizado dos seus antepassados. Entretanto, outros nichos populacionais estão em condicionamentos geográficos que permitem o desenvolvimento das primeiras gerações após a conformação das primeiras comunidades ribeirinhas. Os andamentos culturais e históricos, portanto, do brasileiro amazônico, são descompassados, propiciando a construção de literaturas que demonstram ritos pretéritos e ritos que, dialeticamente, atualizam e mantém a tradição local.