terça-feira, 27 de março de 2012

JOSÉ BERNARDO CABRAL E A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA BRASILEIRA


Em 1988 eu estava com 25 anos. Acabara de chegar de São Paulo e escrevia no jornal Amazonas em Tempo. Em um sábado, dia que a Menga publicava minhas crônicas, escrevi um artigo chamado " Machado de Assis e a Metafísica do Estilo".
Meu padrinho de batismo ( e ser humano que levou minha mãe para a maternidade em 1963) leu o artigo no avião, sábado , vindo para Manaus. Do aeroporto, o então relator da constituinte mudou o percurso e foi direto para minha casa debater o artigo.
" Padrinho?!!! O senhor por aqui? ", disse eu de ressaca, quando ainda cometia o desatino de beber.
" Vim debater Machado de Assis com você", disse ele.
Rimos e começamos a debater o realismo psicologista do bruxo.
Mas depois a conversa mudou de rumo e o relator pediu minha opinião sobre a democracia participativa embutida nos artigos 10 e 14 da atual constituição. O décimo determina a participação dos trabalhadores em conselhos gestores de orgãos públicos onde seus interesses estejam em jogo. O décimo quarto determina o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis como instrumentos da democracia participativa.
Por uma jogada do destino, terminei participando da constituinte brasileira por esta via.
Longe de mim olhar qualquer cidadão pelo sua cor, sua raça,sua religião, sua filosofia e muito menos pela sua filiação partidária.
O olhar justo está acima disto!
Parabéns José Bernardo Cabral! A República e a Democracia brasileira agradecem sua história!

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