quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ANIBALÔ E A MÍDIA BURGUESA OBSCURANTISTA

Há três anos que fraudadores de vestibulares e de licitações tentam inutilmente me jogar para o ostracismo. Muito mais que tentar transferir uma ação civil pública do MPF contra os fraudadores para a esfera da mídia, eles tentam tirar da memória popular do Amazonas, minha terra, por inveja, minha obra de conteúdo revolucionário e conscientizador.
Não importa que tenha inventado a estética do teatro indígena na cidade e no presente e, com isso, tenha ganho três prêmios nacionais junto com o grupo Pombal Artes. Importa muito menos para o autoritarismo censor que eu tenha criado um novo conteúdo para o conto, criando o conto amazônico da desglobalização. Importa isto sim , tentar destruir minha obra, para (pretensão inútil), me destruir e , por conseguinte, transferir do judiciário para a mídia o julgamento de seus crimes.
Pagam caro para evitar que meu nome apareça na mídia. Acreditam que esta estratégia de defesa é correta e dane-se meus direitos constitucionais,dane-se minha liberdade de expressão.
Não deveria nem estar comentando novamente esse assunto, mas ontem com a morte do Aníbal, a estratégia e a ordem dos donos dos jornais, seguindo a vontade de seus patrocinadores, cristalizaram-se em pleno velório.
Exceto um canal independente que está produzindo documentário sobre o poeta, todos os outros, na minha chegada, reuniram-se para conspirar a favor da minha exclusão do noticiário. Até um idiota obscuro da academia de fardão e camisola de dormir foi escalado para seguir-me. Não suportanto ouvir minha única entrevista, começou a bufar do meu lado, atitude oposta a que toma diante dos seus chefes, visto que é um conhecido puxador de saco "das autoridades instituídas". Voltemos ao assunto.
É que Aníbal foi , por dois mandatos, meu vice-presidente no sindicato dos escritores. E, agora, eu era seu atual vice-presidente. Portanto, menos por minha obra, a última prefaciada por ele, e mais pela utilidade pública da informação, a mídia teria que me escutar. Aníbal só foi presidente do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Cultura porque era o presidente atual do Sindicato dos Escritores. Morreu presidente do sindicato. Este assunto não precisava ser censurado.
Mas o que mais caracterizou a vulgaridade da mídia foi esconder que durante a nossa gestão, em 2003, inspiramos a atual política cultural do governo Lula. Com uma carta ao então Ministro Gil, sugerimos um sistema nacional de fundos de cultura e conselhos gestores paritários, com representantes dos segmentos artísticos eleitos pela sociedade, com os editais para as artes e as manifestações coletivas administrados pela própria sociedade , para evitar o dirigismo cultural. O Estado administraria apenas o sistema de bibliotecas , museus e centros culturais. Além dos grandes eventos , é claro. Isto a mídia se recusou a divulgar apenas para não citar meu nome, o que, convenhamos, é me dar muita importância, uma importância que eu não tenho , revelada pela exclusão.
Além disso, mostrando que autoritarismo e obscurantismo andam juntos, Aníbal não merecia a futilidade do lugar comum sobre a sua obra, nem muito menos as frases retóricas e plagiárias de idiotas, amplificadas por segmentos da mídia igualmente idiotas e desinformados. Escritor como farol, é texto de Ezra Pound, meninos.
Ninguém, nem seus próceres da "acadêmia ", falaram o que realmente importava na sua obra. Falar da amazônia é lugar-comum e, ao que saiba, quase todo amazônida fala. O que não comentaram , e isto é produto da desinformação estética e literária, normal em rinocerontes, é que o que caracterizou sua obra foi a chamada metalinguagem poética amazônica, poesia sobre poesia, poesia sobre mito poético. Isto Aníbal não merecia.
Brecht afirmava que quanto mais artística, mais política era uma obra. Como não podem atacar minha obra, seria uma agressão aos indígenas na cidade e ao sentimento antiglobalização, assim como apoio explícito aos biopiratas, continuam na estratégia de leiloar espaços em jornal e monetarizar a verdade.
Eu não não seria eu, nem o Aníbão seria o Anibão, se eu não revelasse essa faceta excluída da morte do poeta. A gente brigava, mas se entendia muito bem, como disse a Dra. Eugênia Turenko Beça no velório, na frente de todo mundo.
O Aníbal não tem culpa se passa por mim a história cultural e artística da Amazônia e do Brasil contemporâneos. Como diria Glauber Rocha, vocês já me chamaram de gênio e agora me chamam de mau. Devolvo o gênio e devolvo o mau. Sou apenas um intelectual subdesenvolvido igual a todos vocês. Com a diferença de ter a coragem de criar algo novo e de, a todo instante, mostrar minha perplexidade diante do real.
Um abraço Anibão. Missão cumprida.

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