quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MATEM OS ESCRITORES-PROFESSORES! ( É A ORDEM DO MERCADO DA PROMISCUIDADE ENTRE OS INTERESSES PÚBLICOS E A INICIATIVA PRIVADA)

O último jornal do ANDES - Sindicato Nacional dos Professores das Universidades Federais Brasileiras- trouxe um dado estarrecedor: O "produtivismo acadêmico", na sua leitura neoliberal e burocrática, diminuiu em 40% o poder aquisitivo da categoria nos últimos 15 anos e, como consequência, adoeceu 81,3% dos mestres e doutoures.
Os dados revelam um cotidiano desumano, cruel e predador: 81,3% dos docentes procuraram atendimento médico nos últimos dois anos. 36% problemas psicoemocionais, como depressão e ansiedade; 14% crise gástrica e cistite; 12,8% afecções osteomoleculare, como LER/DORT, lombalgias, cervicalgias,hérnias de disco e fibromialgias; docentes medicados com remédios prescritos- 57,5 são mulheres e 42,9% são homens.
O índice de suicídio também cresceu. O caso mais chocante foi o de um professor que se matou dentro da UNESP e deixou uma carta-denúncia em seu site com o título: PUBLICAR OU PERECER.
Na carta, o escritor-professor- marti mostra suas razões para o ato sagrado do suicídio e identifica os interesses que o levaram a entregar sua vida em sacrifício para a literatura, para a cultura e para a educação brasileiras. Ele argumenta que, em 50 anos, tudo o que havia escrito estaria apagado, indo para o lixo da história.E, ainda, que seus colegas anteriores,mais ou menos produtivos, também estarão esquecidos.
Alguns dias após ter escrito esta carta, sem ter sido auxiliado ou notado por nenhum colega, se matou dentro da universidade.
O jornal do ANDES entrevistou uma professora-pesquisadora de São Paulo, especialista no tema do adoecimento docente,e , sobre o suicíduo, ela declarou:
" Quando o trabalho mais respeitado pela sociedade perde o valor e é trocado pelo marketing mercantil, como no caso do concurso para professor que usou como critério de avaliação quanto , em dólares, o candidato traria para o departamento, quando isto se torna regra, vai minando o aspecto fundamental da vida, levando ao adoecimento.Não dá para pensar no trabalho sem pensar na sociedade em que se vive. Quando um trabalhador se suicida, esta morte é uma denúncia. Parece uma fraqueza, mas não é. É um suicídio em consequência do trabalho. É um assassinato coorporativo. Isto tem que ser revelado, denunciado".
No mesmo jornal, o professor/autor Oswaldo Coggiola, do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo(USP), após ter publicado quase 60 livros , em editoras de variados portes, denuncia:" Só ganhou algum dinheiro com direitos autorais uma única vez, quando escreveu um livro paradidático que rendeu sete edições de dois mil exemplares. Com os demais, nenhum tostão".
Para o professor/autor, três são os fatores que criam o problema e a injustiça:
" 1) o monopólio das editoras privadas - 12 controlam o mercado e ficam com 50% a 60% do preço de capa, além de censurarem tudo que é contra os seus interesses empresariais; 2) o alto ganho das distribuidoras e das livrarias do varejo , que ficam com 40% do preço de capa e 3) os autores receberem , quando muito, 10% do preço de capa e em forma de livro para eles mesmos venderem." (...)
Além disso, denuncia o professor/autor, " o livro, no Brasil, é absurdamente caro e reflete a polarização na distribuição de renda.São poucas pessoasque podem pagar R$50 por uma obra.(...)Nos Estados Unidos e na Leste Europeu, os livros são bem mais baratos e as edições são populares e feitas para milhões".
No Amazonas, onde as editoras mais "agressivas" preferem fraudar vestibulares/ licitações e transformar o livro de produto cultural em objeto de barganhas, honrarias e riquezas, o problemas chega a ganhar contornos policialescos e autoritários contra professores/autores que se recusam a " entrar no esquema". Chega a ser risível, além de suspeita, a parceria das editoras que sobrevivem de golpes no orçamento público com os grandes grupos oligopolistas da comunicação social. Através do marketing e de suas páginas inflacionadas, transformam vigaristas profissionais em santos e , quando menos, comerciantes venais em "escritores", arte em comércio, valor de mercado em valor estético. ( Viva o judeu suicida Walter Benjamim, que denunciou isto nos anos 30/40)
Depois que presidi o Sindicato dos Escritores e denunciei a mais-valia do objeto literário ( 50% editora, 40% livraria e 10% escritor) recebi três anos de censura, provocações e quase linchamento moral por parte de alguns oligopólios midiáticos amazonense. Contudo, por ter dirigido 8 entidades e nunca ter sido chamado nem de ladrão, nem de autoritário, nem de burro, o máximo que estes capitalistas cretinos conseguiram foi me chamar de "louco" e de ... ( ora, vejam só a Santa Inquisição ressucitada) ...de " mau"! (Rssssssssssssssssss)
O dono de uma editora, acusada de fraudar o vestibular da UFAM, chegou a tentar me matar. Como eu era uma das testemunhas do Ministério Público Federal,sobre o repasse de informação privilegiada do formulador das questões no vestibular para a dita editora, um dos donos da empresa, ao me ver numa padaria, sacou o revolver. 15 minutos depois o denunciei por tentativa de homicídio ao MP Federal. Ainda este ano, por contar isto em um conto, ele recorreu a justiça para censurar este blog literário Pan-Amazônico. Tentou me matar, me agrediu em público e não quer que eu conte para ninguém. Nem em um conto!
O que motivava seus instintos primários era público: sua editora, através de dois autores vinculados, publicava, de forma ilegal e em parceria com o formulador das questões de Literatura, Redação e Língua Portuguesa da UFAM, livros de "orientação" aos 40 mil candidatos. Se considerarmos que o preço era R$ 20,00 , o total do faturamento bruto era redondos 800 mil. Isto por vestibular! Embora, em nota pública, assinada por alguns pau-mandados, a "editora" considerou-me um sujeito "mau", o dono dela esqueceu que a Universidade e o Estado de Direito Democrático possuem regras para resguardar o siligo em concursos públicos.
Após esclarecer e entregar a justiça tudo que possuo contra esta "editora" e dois escritores vinculados, juro que não mais perderei tempo em denunciar a promiscuidade entre interesses públicos e interesses privados no mercado editorial. Após cinco peças do teatro do indígena na cidade e no presente, a maioria premiada nacionalmente pela FUNARTE e e pelo Ministério da Cultura , chegou a hora, aos 48 anos do primeiro tempo, de concluir minha obra literária. Chegou a hora de voltar aos meus contos e minhas novelas do realismo cômico-fantástico Amazônico. Meus amigos, minha família e minha saúde gravemente abalada cobram a volta aos livros e ao doutourado.
Yeah!

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