OBS DO BLOG:
Debate como este recoloca um tema fundamental nos debates estéticos e literários do século XX. Melhor: desloca o debate "científico" sobre o conteúdo,incluindo o tema e a visão de mundo do narrador, para o debate estético sobre gêneros,formas, estilos e linguagens. A literatura "boa" deixa de ser a do "meu amigo", "meu cumpadre", "meu companheiro de partido", "meu cumplice de extorsão"," meu acólito de bar", para ser a melhor construída no debate estético-literário do realismo psicologista, realismo proletário, realismo crítico,realismo socialista,realismo dos folclores regionais , realismo cômico-fantástico, realismo mágico, realismo maravilhoso, impressionismo literário, literatura escapista e ficção científica.
O debate deixa de ser sobre quem saiu mais em jornal ou quem vendeu mais livros para quem escreve a melhor literatura. Critérios de valores baseados na venda comercial ou no espetáculo midiático são substituidos por critérios literários, propriamente ditos.
Ótimo e justo!
EIXOS TEMÁTICOS
- LITERATURA COMPARADA E ESTUDOS CULTURAIS
- Coordenador: Prof. Dr. Ulysses Maciel de Oliveira Neto (UFOPA)
O papel dos estudos comparativos entre obras, entre literaturas nacionais ou entre culturas na Amazônia desponta como uma possibilidade de se abarcar a multiplicidade de objetos de estudo que se apresentam diante do pesquisador nesta região. O quadro é bastante complexo, se pensarmos somente nas relações entre literaturas nacionais de língua espanhola e de língua portuguesa; nas influências das formas vanguardistas européias sobre a criação literária do realismo fantástico; na contrapartida da influência do realismo fantástico sobre o cinema europeu – cujas maiores expressões são O ano passado em Marienbad (Alain Resnais, 1961) e Blow up (Michelangelo Antonioni, 1966); no isolamento da literatura de língua portuguesa feita na América em relação às suas congêneres de língua hispano-americana. Toda essa diversidade, entretanto, se posta sobre a lente comparativa, encontrará as influências e os traços comuns que já foram percebidos por Ángel Rama e Antônio Cândido e que, segundo estes, apontavam para a possibilidade de uma literatura e uma cultura continentais, apesar do sentimento de irredutível originalidade de cada literatura nacional, nossa herança romântica, abordada, porém, de uma forma fecunda, e não fechada. - LITERATURA, HISTÓRIA E CULTURA DA AMAZÔNIA
- Coordenador: Prof. Msc. Odenildo Queiroz de Souza (UFOPA)O I Congresso Amazônico de Estudos Literários e Culturais – I CAELC tem como tema “Amazônia, Literatura e Cultura”. Em consonância com o objetivo deste evento, qual seja, o de “refletir criticamente sobre os diferentes espaços disciplinares comparativos que abordam o poético e o discurso ficcional, os múltiplos conceitos de cultura, identidade e diferença, memória, nação, hibridismo, interculturalidade, performance, transculturação, tradução cultural, entre outros conceitos e práticas que norteiam o campo dos estudos literários na contemporaneidade”, o eixo temático Literatura, História e Cultura da Amazônia recepcionará os trabalhos que abordem o contexto amazônico e, de modo amplo, o latino-americano, na perspectiva dos estudos culturais, literatura de expressão amazônica, imaginário, história da Amazônia, regionalismo e universalidade literária, metodologia de ensino da literatura.
- LITERATURA, DIÁSPORA E AFRICANIDADES
Coordenador: Prof. Msc. Luiz Fernando de França (UFOPA) - Poderão se inscrever nesse eixo temático estudantes e pesquisadores que desenvolvam estudos que: 1) tenham como objeto de investigação “literatura e sociedade” nos países africanos de língua portuguesa (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe), ou textos poéticos e narrativos das literaturas afro-brasileira e afro-amazônica; assim como estudos que abordam diálogos temáticos ou estruturais entre as literaturas de língua portuguesa, com ênfase nas relações literárias entre Brasil e África; 2) analisam as relações étnico-raciais na literatura brasileira e em textos/ autores das literaturas infantil e juvenil ou que investiguem a presença de personagens negras e de discursos racistas e/ou antirracistas em textos literários e em livros didáticos; 3) discutam as “africanidades” da cultura brasileira e amazônica, como também o ensino de literatura e cultura africana e afro-brasileira na escola (com o objetivo de promover a implementação das leis 10. 639 e 12. 288); 4) analisam manifestações culturais e literárias de comunidades remanescentes de quilombos, bem como discutam propostas pedagógicas que contribuam no debate em torno da Educação Quilombola.
- LITERATURA, INTERDISCIPLINARIDADE E ENSINO
Coordenadora: Profa. Msc. Terezinha de Jesus Dias Pacheco (UFOPA)
A Literatura, nos dias atuais, deve ser apreciada, lida, estudada e pesquisada a partir da sua relação com os saberes com os quais ela dialoga. Essa perspectiva deve permear toda a atividade de ensino e dar visibilidade a vocação interdisciplinar da literatura. Estudada dessa maneira, a literatura possibilita uma reflexão que relaciona de maneira consistente ficção e realidade. - POÉTICAS ORAIS, MEMÓRIA E IDENTIDADE
- Coordenadores: Prof. Dr. Lauro Roberto do Carmo Figueira (UFOPA)
Prof. Msc. Zair Henrique Santos (UFOPA) - A poranduba amazônica – espécie de relatório do cotidiano entre os nativos brasileiros –, prenhe de registros factuais e imaginários em intersecção, é preservada entre as comunidades de vários modos nas populações setentrionais, conformadas por várias formas de sociabilidade humana. Assim, superstições, lendas, mitos regionais e arquetipais agenciam a construção de uma realidade barroca, complexa, em que colonização, escravização e assimilação se conformam em narrativas e poesias, cantadas ou recitadas, quer no cenário rural ou no cenário urbano. Esse acervo cultural da memória amazônica confere a construção de um ente singular e novo no mundo ocidental. A cristalização cultural amazônica passa da instância oral para a escrita ficcional conforme ilustram escritores brasileiros divulgados nas escolas e nas academias. A poranduba amazônia resiste ao imperativo tecnológico deste tempo. Permanece, sob novos enredos (poemas, narrativas, HQs, cinema), além de novos estudos antropológicos e sociológicos, responsáveis por descrever os contornos do amazônida. Desse modo, vislumbra-se a experiência amazônica em face de outras culturas, com as quais mantém traços semelhantes e dissonantes. O ser histórico amazônida, no contexto atual, sobremaneira o urbano, recebe informações novas que o integram na modernidade, embora, também, ainda desenvolva, mesmo que tenuamente, o aprendizado dos seus antepassados. Entretanto, outros nichos populacionais estão em condicionamentos geográficos que permitem o desenvolvimento das primeiras gerações após a conformação das primeiras comunidades ribeirinhas. Os andamentos culturais e históricos, portanto, do brasileiro amazônico, são descompassados, propiciando a construção de literaturas que demonstram ritos pretéritos e ritos que, dialeticamente, atualizam e mantém a tradição local.
boa divulgação
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